Os bens culturais da igreja “revelam a identidade dos Açores” e por isso há que “conhecê-los” para “melhor os proteger”

Diretor do Serviço Diocesano dos Bens Culturais da diocese de Angra destaca a mais valia que este património tem para o turismo no arquipélago

O papel económico e social dos bens culturais da Igreja “é muito importante” para o turismo e por isso “há que conhecer melhor este património” acrescentando-lhe valor, refere a diretora do Serviço Diocesano dos Bens Culturais da Igreja, Rute Gregório.

Numa entrevista ao programa Igreja Açores a responsável, que trabalha com uma equipa de mais sete pessoas, entre arquitetos, arquivistas, historiadores e conservadores, lembra que o grande lema deste grupo de trabalho é “conhecer para melhor proteger”.

Rute Gregório sublinha a importância que estes bens culturais têm na promoção do turismo.

“Estes bens revelam a identidade dos Açores. Sabemos que os Açores têm um património natural muito significativo mas quem nos visita quer também cultura e procura-a e registamos que  há cada vez mais interesse pelos objectos de culto” destaca a professora.

“O papel económico e social destes bens é muito importante para o crescimento deste turismo” acrescenta lembrando que , por isso, a igreja e as comunidades paroquiais em particular devem investir mais no conhecimentos do seu património para o melhor poderem proteger e até promover.

“A isto chama-se acrescentar valor” refere lembrando que quem conhece está “mais disponível para proteger”.

“O principal desafio que temos pela frente é justamente o de sermos capazes de despertar para uma tomada de consciência mais aguda sobre a necessidade do conhecimento da importância, do contexto e da utilidade destes bens”, diz por outro lado.

“Não é uma tarefa fácil porque exige disponibilidade e também alguns recursos financeiros dado que muito do nosso património precisa de obras de conservação e restauro” que, para serem bem executadas e “não roubarem valor e autenticidade às peças” , precisam de gente especializada e por isso de alguns recursos financeiros que nem sempre existem, adianta ainda.

Em vésperas da comemoração do Dia dos Bens Culturais que se assinala desde 2011, o Serviço Diocesano propõe às paróquias a organização de uma mostra de uma peça da comunidade que ficará exposta durante um período de tempo, acompanhada de uma breve descrição da suas histórias

“Muitas vezes temos objetos valiosos mas não conseguimos valorizá-los e dar a conhecê-los  à comunidade cristã porque sabemos pouco à cerca deles”, acrescenta Rute Gregório.

“Estes objetos são a tradução do desvelo pela palavra divina e são a materialização da fé” por isso devem ser estudados, exibidos e preservados, refere ainda.

“Na diocese estamos ainda numa fase inicial de conhecimento destes bens pois os inventários não estão completos e estão pouco aprofundados. Temos um trabalho muito grande pela frente” adianta.

O Dia dos Bens Culturais da Igreja assinala-se a 18 de outubro.

As paróquias foram convidadas a escolher uma peça valiosa do seu espólio e e exporem-na durante um determinado período de tempo.

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