Sacerdote açoriano lança “O Verme de Deus”

O livro reúne 95 ensaios sobre o ser humano a partir da humanidade de Jesus

“O Verme de Deus” é o título da obra cristopoética da autoria do Pe. Ricardo Tavares, biblista e professor, que terá lançamento no dia 29 de novembro, pelas 18h00, no teatro Micaelense.

O livro, que é uma edição das Letras Lavadas, será apresentado por Ana Cristina Gil, diretora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade dos Açores, e pela escritora luso-brasileira Eleonora Duarte.

A publicação reúne 95 ensaios sobre o ser humano, em toda a sua “miséria e dignidade”, na perspectiva da “humanidade de Jesus, Deus que Se faz homem e assume a natureza humana até ao extremo da Cruz, da dor e do abandono, causados pela injustiça e pela maldade”, refere uma nota enviada ao Igreja Açores.

“Porque é Deus e porque Deus é amor, não elimina mas transforma a vermidade humana em húmus, adubo para uma nova existência. N’Ele toda a fragilidade — todo o pecado — se converte em vida, graça, felicidade. Nesta terra batida que somos, Ele abre túneis arejados e férteis, de onde brota a Nova Criação; as montanhas gigantescas de obstáculos e dilemas que nos bloqueiam Ele tritura e pulveriza num silêncio eficaz” sublinha a nota elencando algumas das problematizações que o livro encerra.

De acordo com a nota o autor conclui “ o Cristianismo não é uma pura moral, mas um caminho de lenta metamorfose” e que a vida, embora já contivesse “essa capacidade de conversora do mal em bem, ainda que limitada pela queda original, foi na Paixão, na Morte e na Ressurreição de Jesus Cristo que o Criador dotou o Universo de uma nova potência: a alquimia do amor humanizante, que torna o “Eis o Verme!” no “Eis o Homem!””

Ainda segundo a nota enviada ao Igreja Açores, o texto da obra “é perpassado por uma nova forma de “cristologia”, ciência sobre Cristo enquanto Filho de Deus, encarnado”, isto é, uma “cristopoética”, neologismo que configura uma abordagem alegórica, a preferência pela estética, tanto na beleza como na fealdade, enquanto sensibilidade que toca o ser humano na sua globalidade, mente e coração, alma e carne.

Este livro é o primeiro volume de uma série ainda em construção.

“Numa linguagem atual, de leve cunho açoriano, esta série reflexões espelha a existência humana no hoje da história, com todos os seus êxitos e dramas, focando as situações em que o ser humano, prolongando o sofrimento da Cruz, se sente verme ou trata o seu próximo como verme. É aqui que Deus intervém, transmutando desumanidade em vida plena” destaca ainda o texto enviado ao Igreja Açores.

Por outro lado, a obra reedita o modo como é exposto o mistério da Criação, do Corpo, da Encarnação no seio da Virgem Maria, da Redenção na Cruz, da Eucaristia, do Amor. E, propõe uma nova aproximação: efectiva e afectiva, antiga e nova.

“É um livro de mística moderna, enraizada na Sagrada Escritura, na Tradição, no Magistério e nos Sinais dos Tempos da cultura contemporânea. Nele, antropologia, filosofia, teologia, filologia e arte se entrelaçam harmoniosamente”, conclui.

De referir que o Cristo da capa foi o último desenho do arquitecto e artista plástico português Luís Cunha, autor de vários projetos de edifícios privados, públicos e religiosos, como o Auditório no antigo Convento da Graça em Ponta Delgada.

O livro estará à venda na livraria da Editora Letras Lavadas, nas livrarias diocesanas, em Ponta Delgada e em Angra, e também no circuito nacional, nomeadamente na FNAC e na livraria do Diário do Minho.

 

Scroll to Top